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quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Devaneio de um estudante


As paredes estão amareladas, contrastam com o azul claro do mapa-múndi. O chão verde é um pouco mais claro que o quadro chamado de negro no centro da parede frontal. Cortinas pretas, luzes brancas, janelas de alumínio.

Por que me privam das cores do meio-dia?
Qual o motivo de não poder gritar?
Qual o ponto culminante da guerra Fria? Quais são as principais características do movimento Humanista do século XVI? Qual a fórmula da equação da tangente?

Minha mente se obscurece na frente de tantas perguntas. Está tudo negro, como o quadro central.
Por onde escapar?
Pela porta ou pela janela? Por onde virá a luz?

A luz vem justamente da parte mais escura da sala, iluminando o canto nebuloso do pensamento. Pelo quadro negro deslizam palavras brancas que em alguns anos farão mais sentido para minha pessoa, e iluminarão meu espírito para decisões futuras. O giz desenha algumas idéias, algumas respostas. Talvez não para minhas perguntas, mas são respostas de qualquer forma.  

Entre os muros da escola, ao som dos gritos do professor e das risadas dos alunos prodígios, apenas sorri. Acabara de receber uma péssima nota para a chamada oral. Não sabia que o ponto culminante da guerra fria foi a crise de Cuba. Mas quero que todos saibam que pela primeira vez obtive uma resposta: sei exatamente por onde devo escapar. Vou sair pela janela, e voar nos meus pensamentos até que o professor me acorde de novo.
Por: Claudia Abreu Monteiro de Castro

4 comentários:

  1. Sabe por onde deve escapar?
    Pela força de vontade. Caia milhões de vezes, um dia você consegue =]

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  2. Muito bom, adorei o texto e o blog, estão de parabéns

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  3. Muito bem. Parabééns. A escola é algo muitas vezes sem escolha!


    http://garoaseca.blogspot.com

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